"Cada um carrega uma cruz e nenhuma é mais pesada do que a outra"
Viver é um dia depois do outro. Principalmente quando a nossa cabeça insiste em nos querer derrubar. Como já contei por aqui, eu fui diagnosticada com burnout. Para quem não sabe, trata-se de um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional, de acordo com o psicanalista alemão Herbert J. Freudenberger . Pois bem: depois de mergulhar dentro de mim mesmo por alguns meses, desacelerar, pedir demissão e reestruturar toda a minha vida e rotina, eu tive uma outra crise. Às vésperas de uma viagem marcada com as amigas para a Europa, eu pifei de novo. Fui ao meu psiquiatra e, sem dramas, resolvi cancelar a viagem.
Entendi que ainda não é hora, que ainda não estou pronta para uma longa viagem de avião, de estar tão longe de casa, mesmo estando entre amigos. É hora de respeitar meu corpo, minha cabeça e meus limites. E meu limite eu ainda estou aprendendo qual é. Aos trancos e barrancos, mas aprendendo. Cada um carrega uma cruz. Nenhuma é mais pesada do que a outra. Só eu sei sobre a minha e só eu posso aprender como lidar com ela. O que tenho entendido, nesse meio tempo de reavaliação da minha vida, é que eu não posso baixar a cabeça, nem me culpar a mim e nem ninguém por ter chegado a este ponto e nem me sentir menor ou menos capaz.
Sei do meu valor, da minha força e de quantas pessoas torcem para que eu siga o meu caminho, cada vez mais consciente e atenta aos sinais. Sim, às vezes o que falta na gente é atenção ao que o nosso corpo diz, o que nosso coração sente e as decisões que nossa cabeça toma. Nossa vida não pode ser no piloto automático, não dá para a gente se anestesiar e viver uma vida sem consciência de que nenhum passo e nenhuma decisão é simples ou em vão. Toda ação tem uma reação. E a única coisa que tenho o controle, agora, é seguir em frente. Firme e vivendo um dia depois do outro.
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